Lenda:
Conta a história que na antiga Nabância (Tomar) nasceu Iria, uma bela jovem que desde cedo descobriu a sua vocação religiosa e entrou para um mosteiro. Esta região da Península Ibérica era governada pelo príncipe Castinaldo, cujo filho Britaldo tinha por hábito compor trovas junto da igreja de S. Pedro. Um dia, Britaldo viu Iria e ficou perdidamente apaixonado pela jovem, caindo doente, em estado febril e desesperado. Reclamava a presença da jovem insistentemente e, apesar de lhe dizerem que o seu amor era impossível, insistiu na sua presença. Os pais temendo o pior trouxeram-lhe a jovem que lhe pediu que a esquecesse, porque o seu coração e o seu amor eram de Deus. Britaldo concordou sob a condição de que Iria não pertencesse a mais nenhum homem. Passados tempos, Britaldo ouviu rumores infundados de que a jovem tinha atraiçoado a sua promessa e amava outro homem. Despeitado, seguiu-a num dos seus habituais passeios ao rio Nabão e ali a apunhalou, atirando-a à água. O corpo de Iria foi levado pelas águas até ao Zêzere e daí ao Tejo, vindo a ser encontrado junto da cidade de Scalabis (Santarém), encerrado num belo sepulcro de mármore. O povo rendeu-se ao milagre e a partir de então a cidade passou a chamar-se de Santa Iria e mais tarde Santarém. Cerca de seis séculos mais tarde as águas do Tejo voltaram a abrir-se para revelar o túmulo à rainha D. Isabel, que mandou colocar o padrão que ainda hoje se encontra na Ribeira de Santarém, para que o milagre não fosse esquecido.
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