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quinta-feira, 28 de maio de 2009
Paixão Secreta.
Acordei com os primeiros pássaros,
já minha lâmpada morria.
Fui até à janela aberta e sentei-me,
com uma grinalda fresca
nos cabelos desatados...
Ele vinha pelo caminho
na névoa cor de rosa da manhã.
Trazia ao pescoço
uma cadeia de pérolas
e o sol batia-lhe na fronte.
Parou à minha porta
e disse-me ansioso:
— Onde está ela?
Tive vergonha de lhe dizer:
— Sou eu, belo caminhante,
sou eu.
Anoitecia
e ainda não tinham acendido as luzes.
Eu atava o cabelo, desconsolada.
Ele chegava no seu carro
todo vermelho, aceso pelo sol poente.
Trazia o fato cheio de poeira.
Fervia a espuma
na boca anelante dos seus cavalos...
Desceu à minha porta
e disse-me com voz cansada:
— Onde está ela?
Tive vergonha de lhe dizer:
— Sou eu, fatigado caminhante,
sou eu.
Noite de Abril.
A lâmpada arde neste meu quarto
que a brisa do Sul
enche suavemente.
O papagaio palrador
dorme na sua gaiola.
O meu vestido é azul
como o pescoço dum pavão,
e o manto verde como a erva nova.
Sentada no chão, perto da janela,
olho a rua deserta ...
Passa a noite escura
e não me canso de cantar:
— Sou eu, caminhante sem esperança,
sou eu.
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
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5 comentários:
Ai... que rosa tão má: o coração está a sangrar. Não se arranjava uma imagem mais lindinha e sem sangue?
-IA A MINHA ALMA A SAIR
BUSCANDO CONSOLAÇÃO,
DIZ-LHE A SOLEIRA DA PORTA:
«ESPERA AÍ NO BALCÃO.
-REPARA BEM PARA MIM:
NÃO VÊS COMO ESTOU LIMADA?
SEM SOFRIMENTOS E DORES
NINGUEM CHEGA A VALER NADA».
-----«E MINHA ALMA VOLTOU PRA MIM,
MAS VINHA MAIS CONSOLADA.
----BJOS
Linda a imagem... mas...
um beijo, CON
Triste quando os amantes desencontram!
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