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domingo, 15 de agosto de 2010

Na areia da praia



Secreto
o vento sopra no coração
palavras ausentes
pedaços de mim
na areia da praia
voz do silêncio
um eco de amor sem fim..
Meu anjo azul
cúmplice das minhas emoções
mar de lágrimas salgadas
marés recordações...
Meu Anjo
meu farol
minha luz cintilante
ilumina-me
dá-me segurança
faz renascer em mim
a alegria de amar
de viver com esperança...
Secreto
o vento empurra-me
para o teus braços
sinto o teu calor
teus afagos
teus mimos
na areia da praia
meu nome
vestígios do nosso amor...

Dança nas nuvens...


Ao som de um bolero
envolvi teu corpo de mulher
em movimentos de vaivém
nas nuvens dancei
minha dama
minha querida
meu ser...

sábado, 14 de agosto de 2010

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Inveja (Blogagem colectiva.)

Desculpem qualquer coisinha.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Azul teu...


Hoje não trago sonhos
trago o azul do mar
o azul do céu
transporto o verbo amar
o azul teu...
É tudo tão suave
neste azul do mundo
gosto da palavra amar
amar-te
no azul do mar
profundo...

Se soubesses amor...


Nos meus sonhos
revejo a tua imagem
em noites de lua cheia
vejo o teu sorriso
meus sonhos são uma miragem
neste deserto de amar
onde vivo...
Se soubesses amor
dos meus sonhos
dos meus pensamentos
em quartos crescentes da Lua
dos meus tormentos
em quartos minguantes
vagueando pela rua...
De rua em rua
procuro o teu olhar
Olho as fases da lua
nuvens cinzentas cobrem o céu
meu sonho adormeceu...

Literatura



Sinopse:


Corria o Verão de 2001, quando a família de Lizete Lopo passava férias em Viseu e entrou no pesadelo de descobrir que o filho tinha uma doença gravíssima.

Depois de ter sido consultado por médicos do Porto, que garantiam que o menino estava «a fazer fita psicológica», foi na cidade de Viseu que descobriu que um dos seus «tesouros» estava ameaçado de morte.

É esta história real que Lizete Lopo conta num romance de 400 páginas, onde revela como uma família reage perante a adversidade, na busca de esperança.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A felicidade, a nossa rua...


Envolve-me em teus braços
mesmo que a distância entre nós
seja a Lua e o mar
mesmo que ventos contrários
não te deixem navegar
deixa fluir tua paixão
no entremeio de amar...
Que sejas a minha estrela
mesmo a anos de luz
e no intervalo das distâncias
fluxo de partículas do meu corpo
minha sombra
companhia
meu conforto...
Envolve-me
cinge-me completamente
ama-me
na distância do mar á Lua
o tempo nada mais é que o nosso amor
é a medida do nosso amar
a felicidade a nossa rua...

domingo, 8 de agosto de 2010

Na varanda da Florbela


Aqui cantaste nua.
Aqui bebeste a planicie, a lua,
e ao vento deste os olhos a beber.
Aqui abandonaste as mãos
a tudo o que não chega a acontecer.

Aqui vieram bailar as estações
e com elas tu bailaste.
Aqui mordeste os seios por abrir,
fechaste o corpo à sede das searas
e no lume de ti própria te queimaste.


Eugénio de Andrade

sábado, 7 de agosto de 2010

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Desejos do coração.

(Blogagem colectiva)



Desejar
é querer amar
É desfolhar o teu corpo mulher
embriagar-me no teu perfume
mal me quer
bem me quer...
Desejar
é arrancar as pétalas de uma flor
com ganas de amar
dar
e receber amor...
Desejar
é um sentimento profundo
é partilhar o que temos
dentro de nós
bem cá no fundo...
Desejar
é sentir ciúme
é chorar
é pôr as mãos no lume...
Desejar
é dizer não
ao desejo possessivo
é querer com paixão
o teu ventre mulher
e não apenas amar
quando se deseja e quer.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Caudal de amor...


Águas mansas
correm entre as margens
do rio
mágoas do passadas
meu corpo gelado
de frio...
Rio que corres para o mar
leva as minhas lágrimas
lava esta saudade
de amor magoado
dentro de mim...
Margens que separam
comprimam este caudal de amor
enlaça-me nas tuas águas
amansa-o na corrente
acaba com esta dor...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Tu mulher amada...


Tu que inquietas o meu sono
de insónia
e ilusão
asas do meu sonho
em noites de lua (cheia)
de paixão...
Tu mulher amada
extensão dos meus sonhos
de noites brancas
ilusão inventada
sonho o teu corpo
beijo a tua boca
tua alma perfumada...
Tu
desejos meus
em madrugadas ardentes
nas minhas entranhas sinto
o frio da tua ausência
odores da tua essência
o calor dos lábios teus...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Receita de amor...


Apaixonar-se é a receita que os séniors usam contra o tempo; e há tanta virtude nesse método, que voltam a ser jovens enquanto amam...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Na ânsia de te amar...


Encontro em mim
neste desencontro
vida que se arrasta
sôfrega
gasta
amor que mora em ti...
Procuro encontrar
teu rasto
teu perfume
uma flor
neste mundo vasto
onde a minha dor
o meu ciúme
se esvai
na ânsia de te amar...

domingo, 1 de agosto de 2010

Sonhos meus.


De mansinho tu chegas
quem és tu?
não te conheço
(apenas te vi em sonhos)
teus passos
leves com o vento
pisam
recalcam
meu pensamento...
Serás a minha alma
o meu espírito
minha visão
ou a intercepção da luz
do teu corpo opacto
trevas
noite
solidão...
Serás o meu anjo da guarda
serás aquela que sempre esperei
ou a sombra dos meus sonhos
que sempre amei ?

O Livro




Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, indubitavelmente, o livro. Os outros são extensões do seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da vista; o telefone é o prolongamento da voz; seguem-se o arado e a espada, extensões do seu braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação.
Em «César e Cleópatra» de Shaw, quando se fala da biblioteca de Alexandria, diz-se que ela é a memória da humanidade. O livro é isso e também algo mais: a imaginação. Pois o que é o nosso passado senão uma série de sonhos? Que diferença pode haver entre recordar sonhos e recordar o passado? Tal é a função que o livro realiza.

(...) Se lemos um livro antigo, é como se lêssemos todo o tempo que transcorreu até nós desde o dia em que ele foi escrito. Por isso convém manter o culto do livro. O livro pode estar cheio de coisas erradas, podemos não estar de acordo com as opiniões do autor, mas mesmo assim conserva alguma coisa de sagrado, algo de divino, não para ser objecto de respeito supersticioso, mas para que o abordemos com o desejo de encontrar felicidade, de encontrar sabedoria.

Jorge Luís Borges, in 'Ensaio: O Livro'

Una lacrima sul viso.

sábado, 31 de julho de 2010

Selo prémio Sunshine Award



Oferecido pela Vovó Noemia do blog:

http://noemiabrandao.blogspot.com

Obs :Hoje não vou nomear ninguém ,quem quiser pode levar.

Imagem




Uma coisa branca,
Eis o meu desejo.

Uma coisa branca
De carne, de luz,

Talvez uma pedra,
Talvez uma testa,

Uma coisa branca,
Doce e profunda,

Nesta noite funda,
Fria e sem Deus.

Uma coisa branca,
Eis o meu desejo.

Que eu quero beijar,
Que eu quero abraçar,

Uma coisa branca
Para me encostar

E afundar o rosto.
Talvez um seio,

Talvez um ventre,
Talvez um braço,

Onde repousar.
Eis o meu desejo,

Uma coisa branca
Bem junto de mim,

Para me sumir,
Para me esquecer,

Nesta noite funda,
Fria e sem Deus.

(Dante Milano)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A morte rouba toda a seriedade à vida ...


Terminou às 23h25 de ontem, precocemente, uma das mais brilhantes carreiras do teatro português. Desaparece, com 55 anos, um homem que o público se habituou a respeitar. António Feio.

Descansa em paz.

Não tenhas medo de amar...

(Medo, blogagem colectiva)




Uma das consequências do medo é perturbar os sentidos e fazer que as coisas não pareçam o que são.Quanto melhor preencher-mos a nossa vida,criando amizades,amando o próximo menos medo se tem,o que ajuda mais a manter a nossa força é o facto de amar-mos e ser-mos amados.
Um dos maiores erros da vida é de ter sempre medo de errar.Sonhamos, e por medo não passamos os nossos sonhos á prática.Não deixes que o medo te force a deixar de sonhar e viver.
O medo nunca está na vida mas em nós,pois quem não tem medo da vida não tem medo da morte, a felicidade consiste em gozar de boa saúde dormir sem medo e acordar sem angústias.
Não tenhas medo de amar hoje, pois amanhã é tarde demais...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Verdes são os teus olhos...


Paisagem de serenidade
refúgio da solidão
verdes são os campos
paixão que mora em mim
refugiada em meu peito
perene de saudade...
Verdes são os teus olhos
olhar de esperança
refletem o teu sentir
acalmam o meu viver
fazem-me sorrir...
Verdes são os mares
de marés ondulantes
onde afogo saudades
lembrando o passado
de quimeras distantes...

Literatura.


A Grande Tentação foca a sua atenção num tema pouco usual, mas fundamental para compreender a atitude de Franco perante a Segunda Guerra Mundial: a sua obsessão por conseguir um Império Colonial para a Espanha no Norte de África.
O livro analisa a dupla via que Franco e o seu governo utilizou para alcançar estes objectivos. Por uma lado, as negociações diplomáticas com Paris, Londres e, mais tarde, Berlim e Roma, por outro lado, a via militar, preparando uma invasão da zona francesa do Protectorado marroquino, e a guerra contra a Inglaterra, atacando Gibraltar e invadindo preventivamente Portugal.
Grande parte desta obra baseia-se em documentação inédita, arquivos militares espanhóis que permaneciam classificados, e que revelam as verdadeiras intenções belicistas de Franco. Esclarece, de maneira definitiva, a verdadeira atitude de Franco e as dúvidas que o assaltaram no momento dessa Grande Tentação, finalmente frustrada.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

"Estatura"


"Nunca percas o contacto com o chão, porque só assim terás uma ideia aproximada da tua estatura ."

A sombra da pessoa





(...) Uma pessoa não está... nítida e imóvel diante dos nossos olhos, com as suas qualidades, os seus defeitos, os seus projectos, as suas intenções para connosco (como um jardim que contemplamos, com todos os seus canteiros, através de um gradil), mas é uma sombra em que não podemos jamais penetrar, para a qual não existe conhecimento directo, a cujo respeito formamos inúmeras crenças, com auxílio de palavras e até de actos, palavras e actos que só nos fornecem informações insuficientes e aliás contraditórias, uma sombra onde podemos alternadamente imaginar, com a mesma verosimilhança, que brilham o ódio e o amor.

Marcel Proust, in 'O Caminho de Guermantes'

terça-feira, 27 de julho de 2010

Rendas de desejo.


Um sorriso
uma palavra
um beijo
uma flor
teço no teu corpo
rendas de desejo
rendilhadas com amor...
Um sorriso
uma palavra
um olhar
alimentam a minha paixão
flores desfolhadas pelo vento
cobrem teu corpo
encanto
fascínio
sedução...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Excesso de Volúpia




A volúpia carnal é uma experiência dos sentidos, análoga ao simples olhar ou à simples sensação com que um belo fruto enche a língua. É uma grande experiência sem fim que nos é dada; um conhecimento do mundo, a plenitude e o esplendor de todo o saber. O mal não é que nós a aceitemos; o mal consiste em quase todos abusarem dessa experiência, malbaratando-a, fazendo dela um mero estímulo para os momentos cansados da sua existência.

Rainer Maria Rilke, in 'Cartas a um Jovem Poeta'

domingo, 25 de julho de 2010

Seis coisas sobre mim.

Recebi o desafio da minha querida amiga Denise do blog http://baliar.blogspot.com. Devo contar seis coisas sobre mim que muita gente não deve ainda saber.


1.
Querer:

Quero ser um homem de valores e não apenas bem sucedido.
Quero amar e ser amado.
Quero um mundo de paz aonde toda a gente se entenda.
Quero sonhar mas não viver de sonhos.
Quero o melhor para todas as minhas amizades.

2.

Gostar:

Gostava de conhecer todos os meus amigos virtuais pessoalmente.
Gostava de um dia os reunir e fazer uma grande festa de amizade.
Gostava de poder acabar com a fome.
Gostava que todas as crianças fossem felizes.



3.
Precisar:

Precisava de reunir todas as condições para poder realizar o ponto 3.


4.
Aprender:

Tenho tanto que aprender que não sei por onde começar.
Primeiro gostava muito de aprender a pensar...

5.
Procurar:
Eu procuro o mais possível ser como o gato, um gato bem manso de maneira que a vida venha, me pegue pelo cachaço e me leve onde isso for conveniente para a vida .

6.
ser:
Se apenas restar um, esse serei eu ...

Caminharemos de Olhos Deslumbrados




Caminharemos de olhos deslumbrados
E braços estendidos
E nos lábios incertos levaremos
O gosto a sol e a sangue dos sentidos.

Onde estivermos, há-de estar o vento
Cortado de perfumes e gemidos.
Onde vivermos, há-de ser o templo
Dos nossos jovens dentes devorando
Os frutos proibidos.

No ritual do verão descobriremos
O segredo dos deuses interditos
E marcados na testa exaltaremos
Estátuas de heróis castrados e malditos.

Ó deus do sangue! deus de misericórdia!
Ó deus das virgens loucas
Dos amantes com cio,
Impõe-nos sobre o ventre as tuas mãos de rosas,
Unge os nossos cabelos com o teu desvario!

Desce-nos sobre o corpo como um falus irado,
Fustiga-nos os membros como um látego doido,
Numa chuva de fogo torna-nos sagrados,
Imola-nos os sexos a um arcanjo loiro.

Persegue-nos, estonteia-nos, degola-nos, castiga-nos,
Arranca-nos os olhos, violenta-nos as bocas,
Atapeta de flores a estrada que seguimos
E carrega de aromas a brisa que nos toca.

Nus e ensanguentados dançaremos a glória
Dos nossos esponsais eternos com o estio
E coroados de apupos teremos a vitória
De nos rirmos do mundo num leito vazio.


Ary dos Santos, in 'Liturgia do Sangue'

sábado, 24 de julho de 2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Alma de gente.


Hoje trago flores
como são lindas!
colhi-as no meu jardim
floresceram com amor
Toma,são para ti...
Plantei-as com carinho
no meu interior
reguei-as com ternura
podei-as de sentimento
têm formosura
e alma de gente...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Entre o meu e o teu azul Celeste...


Navego nas nuvens
contra ventos
e bom senso
caminhando em direcção
ao céu...
Tudo em ti me atrai
o espaço em que habitas
suga-me
absorve-me...
Em mim
turbulência constante
pensamentos
desordenados
giram
envolvem-me
a cada instante...
Instantes de prazer
intermitentes
por vezes ocos
vazios de não te ter...
Entre o meu
e o teu
azul Celeste
nuvens cinzentas
toldam o céu...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Há dias assim.





O homem sem paciência é como uma lamparina sem óleo ..."Hoje estou ás escuras."

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amigo




Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!

«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

«Amigo» é a solidão derrotada!

«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'

Tristeza...


A tristeza é um muro entre dois jardins ...

Apenas Conhecemos Fragmentos dos Outros.




Quando te encontras na base de um importante maciço montanhoso, estás longe de conhecer toda a sua diversidade, não tens nenhuma ideia das alturas que se ergueram por trás do seu cimo ou por trás daquele que te parece ser o cimo, não suspeitas nem o perigo dos abismos nem os confortáveis assentos ocultos entre os rochedos. É apenas se sobes e se persegues o teu caminho que se revelam pouco a pouco a teus olhos os segredos da montanha, alguns que esperavas, outros que te surpreendem, uns essenciais, outros insignificantes, tudo isso sempre e unicamente em função da direcção que tomares; e nunca te revelarão todas.
O mesmo acontece quando te encontras diante de uma alma humana.

Aquilo que se te oferece ao primeiro olhar, por mais perto que estejas, está longe de ser a verdade e certamente nunca é toda a verdade. É apenas no decurso do caminho, quando os teus olhos se tornam mais penetrantes e nenhuma bruma perturba o teu olhar, que a natureza íntima dessa alma se revela a pouco a pouco e sempre por fragmentos. Aqui é a mesma coisa: à medida que te afastas da zona explorada, toda a diversidade que encontraste no caminho se esbate como um sonho, e quando te voltas uma última vez antes de te afastares, vês apenas de novo esse maciço que te surgia falsamente como muito simples, e esse cimo que não era o único que existia.
Apenas a direcção é realidade; o objectivo é sempre ficção, mesmo quando alcançado - sobretudo neste caso.

Arthur Schnitzler, in 'Observação do Homem'

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Lágrimas.


Mar salgado de lágrimas
cheiro a tua maresia
sinto tuas mágoas
teu lamento
dia a dia...
Choras uma despedida magoada
de um qualquer cais da vida
ondas que vêm
saudades que ficam
esperança perdida...

Rancho Folclórico "Os Camponeses" de Malpique


Medalha do Concelho para o Rancho Folclórico "Os Camponeses" de Malpique
A Câmara Municipal de Constância atribuiu a Medalha do Concelho ao Rancho Folclórico Os Camponeses de Malpique, - no ano em que o grupo celebra o seu 25º aniversário - relevando o excelente trabalho que o mesmo tem desenvolvido em prol do desenvolvimento da cultura e da etnografia do concelho, uma distinção que foi entregue no passado dia 18 de Julho, durante a actuação dos Camponeses nas Festas de Santa Margarida da Coutada, freguesia de onde são oriundos.

Recorde-se que o Rancho Folclórico Os Camponeses de Malpique, nasceu em 1985, e tem baseado a sua acção num profundo trabalho de recolha de trajes, canto, música, danças, utensílios e alfaias agrícolas, vida doméstica e outros aspectos relevantes da sociedade.

Considerados como verdadeiros embaixadores do concelho, Os Camponeses de Malpique têm actuado um pouco por todo o país, e também na vila francesa de Fondettes, com a qual o município de Constância está geminado.

Em Constância, além de outras iniciativas em que participam pontualmente, há dois momentos ímpares na agenda de eventos organizados pelos Camponeses de Malpique: A Tarde de Folclore realizada do domingo de Páscoa, no âmbito das Festas do Concelho e o Festival Nacional de Folclore Tejo e Zêzere.
Por CMC

Literatura


(Relendo Júlio Dinis.)


Neste livro vamos encontrar a cidade do Porto na segunda metade do séc.XIX, altura em que a maior parte da sua classe mais alta era constituída por ingleses que desempenharam, nesta cidade, um papel fundamental não só no campo cultural como a nível social e económico. Trata-se de um romance citadino em que ficamos a conhecer uma família, de origem inglesa, composta pelo pai Richard Whitestone, um rico comerciante, o filho Carlos Whitestone e a irmã deste Jenny. Carlos e Cecília, a filha de Manuel Quintino, o modesto e obediente guarda-livros da família Whitestone, conhecem-se num baile de Carnaval, sem saberem quais são as respectivas origens. Carlos apaixona-se por ela, mas Jenny, acreditando tratar-se, apenas, de mais uma das aventuras do irmão, tenta proteger Cecília de quem se tornara amiga. Só quando se apercebe de que o irmão está verdadeiramente apaixonado é que começa a proteger os dois ajudando-os a alcançar a felicidade

domingo, 18 de julho de 2010

O cheiro.

O Sexo




Neste corpo, a densa neblina, quase um hábito,
lentamente descida, sedimento e sede,
subtilmente o acalma. Ancora que se desloca,
movediça e infirme. Só no olhar, além

da luz e da cal, se distinguem os desejos
e a mestria das palavras. E não há remos
nem astros. Convido a neblina a esta
mesa de chumbo, onde nada levanta o fogo

solar ou os signos se alteiam. É a hora
em que o corpo treme e a sombra lavra as frouxas
manhãs. O que serão as tardes, sob a névoa,

quando o vigor agoniza e o vão das águas abre
o caos e os ecos? Estaremos em paz,
usando a palavra, última herdeira das areias.

Orlando Neves, in "Decomposição - o Corpo"

A Fonte do Interesse




E de vez em quando é assim: vivo numa suspensão de tudo, de interesses, de leituras, de escrita. Possivelmente é um erro supor-se que um interesse, seja qual for, reside nisso mesmo em que se está interessado. Não está. Um interesse remete sempre para outro e outro, até ao interesse final que tem que ver com a própria vida, o motivo global que nos impulsiona. Há pelo menos que haver uma razão final e genérica para que as razões circunstanciais ou ocasionais tenham um efeito propulsor. Há que termos essa razão, mesmo inconsciente, para que todas as outras actuem em nós. E o que não acontece quando por exemplo dizemos que estamos sem interesse. Não nos apetece ler, não nos apetece escrever, não nos apetece ir ao cinema, ouvir música etc, quando falta uma razão global em que isso se inscreva. E então dizemos sumariamente isso mesmo: que não nos apetece. Se temos um grande desgosto, se estamos condenados por uma doença etc. justifica-se o desinteresse por essa razão. Significa isso que essa razão é o fundamento global que nos falhou para qualquer outro interesse subsistir. Os que superam esse estado são excepcionais, ou loucos ou de força de vontade ou obsessivos, o que tudo é um modo de dizer que se está fora dos limites normais. Hoje estou em dia de suspensão - venho-o estando, aliás, há já dias. Só não sei a razão fundamental para que seja assim. Vou pensar aplicadamente, a ver se sei.

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 5'

sexta-feira, 16 de julho de 2010

No te olvides de mi.

Que Há para Lá do Sonhar?




Céu baixo, grosso, cinzento
e uma luz vaga pelo ar
chama-me ao gosto de estar
reduzido ao fermento
do que em mim a levedar
é este estranho tormento
de me estar tudo a contento,
em todo o meu pensamento
ser pensar a dormitar.

Mas que há para lá do sonhar?

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'

A Boa Disposição .




A boa disposição é o grande lubrificante da roda da vida. Torna o trabalho mais leve, reduz as dificuldades e mitiga os infortúnios. A boa disposição dá um poder criador que os pessimistas não conseguem ter. Uma disposição alegre, esparançosa e optimista torna a vida mais suave, alivia a sua inevitável monotonia e amortece os solavancos da estrada da vida.

Alfred Montapert, in 'A Suprema Filosofia do Homem'


Bom fim de semana para todo o mundo.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sinto.




Sinto
que em minhas veias arde
sangue,
chama vermelha que vai cozendo
minhas paixões no coração.

Mulheres, por favor,
derramai água:
quando tudo se queima,
só as fagulhas voam
ao vento.

Federico García Lorca, in 'Poemas Esparsos'

Nós fazemos a diferença.


Ganhei este, selo: "Blogueiros por um mundo melhor - nós fazemos a diferença"! , da minha amiga, Rê do blog http://toforatodentro.blogspot.com

Não vou nomear nimguém mas indicar todo o mundo,

´Para quem levar é obrigatório postar "algo" dizendo como se deseja que o mundo seja. Como esse mundo pode ser melhor.


"A imaginação tem todos os poderes: ela faz a beleza, a justiça, e a felicidade, que são os maiores poderes do mundo .
Vamos todos imaginar um mundo melhor.

O Papel do Sonho na Vida




Por vezes, o homem é mais sincero e rico na desordem dos sonhos que na consciência unitária do raciocinador acordado, mas nós vivemos enquanto negamos o sonho e o tornamos inútil. O génio é a extradição do sonho, porque enriquece a consciência com as reservas e as pessoas do inconsciente. Expulsa o selvagem e o delinquente, destila a sagacidade do louco, adopta a criança e escuta o poeta. Não é autocrata surdo, como o homem vulgar, mas pai de iguais. A concórdia de se terem almas subterrâneas faz a grandeza do génio, e a sua obra é a sublimação do sonho, desenrolado na vida verdadeira, liberdade concedida aos pensamentos inocentes dos reclusos.

Escolher é próprio do homem, mas escolhe-se com a rejeição e mais com o acolhimento. Vencer não significa apenas destruir, mas incorporar. A razão será tanto mais razoável quanto maior a loucura que assumir em si; o herói será mais forte se transferir para si a energia do pecador, e a fantasia do poeta tornará mais profundos os cálculos do político.
Quando o chefe da alma é o poeta, verdadeiramente poeta, não encarcera a razão, mas condu-la consigo para cima, ao céu em que até o silogismo se torna fogo. Quando o vitorioso é o santo, até o ladrão, sob a forma de arrependimento, é elevado ao paraíso. E os espectos, tornados participantes da luz, não têm motivo para recorrer às fantasias nocturnas para se iludirem de que vivem. A vida não é sonho, mas a urdidura dos sonhos pode iluminar e embelezar a trama da vida.

Giovanni Papini, in 'Relatório Sobre os Homens'

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Aprendamos, Amor




Aprendamos, amor, com estes montes
Que, tão longe do mar, sabem o jeito
De banhar no azul dos horizontes.

Façamos o que é certo e de direito:
Dos desejos ocultos outras fontes
E desçamos ao mar do nosso leito.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

A Nossa Arte




A arte de desenvolver os pequenos motivos para nos decidirmos a realizar as grandes acções que nos são necessárias. A arte de nunca nos deixarmos desencorajar pelas reacções dos outros, recordando que o valor de um sentimento é juízo nosso, pois seremos nós a senti-lo e não os que assistem. A arte de mentir a nós próprios, sabendo que estamos a mentir. A arte de encarar as pessoas de frente, incluindo nós próprios, como se fossem personagens de uma novela nossa. A arte de recordar sempre que, não tendo nós qualquer importância e não tendo também os outros qualquer espécie de importância, nós temos mais importância que qualquer outro, simplesmente porque somos nós.
A arte de considerar a mulher como um pedaço de pão: problema de astúcia. A arte de mergulhar fulminante e profundamente na dor, para vir novamente à tona graças a um golpe de rins. A arte de nos substituirmos a qualquer um, e de saber, portanto, que cada pessoa se interessa apenas por si própria. A arte de atribuir qualquer dos nossos gestos a outrem, para verificarmos imediatamente se é sensato.
A arte de viver sem a arte.
A arte de estar só.

Cesare Pavese, in 'O Ofício de Viver'