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sábado, 28 de março de 2009

Solidão




Estás todo em ti, mar, e, todavia,
como sem ti estás, que solitário,
que distante, sempre, de ti mesmo!

Aberto em mil feridas, cada instante,
qual minha fronte,
tuas ondas, como os meus pensamentos,
vão e vêm, vão e vêm,
beijando-se, afastando-se,
num eterno conhecer-se,
mar, e desconhecer-se.

És tu e não o sabes,
pulsa-te o coração e não o sente...
Que plenitude de solidão, mar solitário!

Juan Ramón Jiménez, in "Diario de Un Poeta Reciencasado"

2 comentários:

Menina do Rio disse...

Não há solidão no mar. Existem sempre os navegantes, as gaivotas, as criaturas que habitam suas profundezas!
Mas é um poema lindo!

Um beijo pra ti

r disse...

No mar
há sempre solidão.
No mar navega-se...