Estás todo em ti, mar, e, todavia,
como sem ti estás, que solitário,
que distante, sempre, de ti mesmo!
Aberto em mil feridas, cada instante,
qual minha fronte,
tuas ondas, como os meus pensamentos,
vão e vêm, vão e vêm,
beijando-se, afastando-se,
num eterno conhecer-se,
mar, e desconhecer-se.
És tu e não o sabes,
pulsa-te o coração e não o sente...
Que plenitude de solidão, mar solitário!
Juan Ramón Jiménez, in "Diario de Un Poeta Reciencasado"
2 comentários:
Não há solidão no mar. Existem sempre os navegantes, as gaivotas, as criaturas que habitam suas profundezas!
Mas é um poema lindo!
Um beijo pra ti
No mar
há sempre solidão.
No mar navega-se...
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