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terça-feira, 28 de abril de 2009

O Meu Sonho Habitual .




Tenho às vezes um sonho estranho e penetrante
Com uma desconhecida, que amo e que me ama
E que, de cada vez, nunca é bem a mesma
Nem é bem qualquer outra, e me ama e compreende.

Porque me entende, e o meu coração, transparente
Só pra ela, ah!, deixa de ser um problema
Só pra ela, e os suores da minha testa pálida,
Só ela, quando chora, sabe refrescá-los.

Será morena, loira ou ruiva? — Ainda ignoro.
O seu nome? Recordo que é suave e sonoro
Como esses dos amantes que a vida exilou.

O olhar é semelhante ao olhar das estátuas
E quanto à voz, distante e calma e grave, guarda
Inflexões de outras vozes que o tempo calou.

Paul Verlaine, in "Melancolia"

3 comentários:

Anónimo disse...

AS RUGAS DOS AMANTES, SÃO O COMPLEMENTO NATURAL DO AMOR...AMA-SE PORQUE SE QUER SER FELIZ;MAS É, GERALMENTE,PARA SOFRER QUE SE CONQUISTA A FELICIDADE.-NENHUM AMOR FENECEU,EM RAZÃO DO CIUME.POIS APESAR DE O AMOR VERDADEIRO SER UM SONHO, CIÚME É JUNTAR UM FOGO A OUTRO.----ENTÃO EU DIGO,- TEMER O AMOR, É TEMER A VIDA,E OS QUE A TEMEM JÁ ESTÃO MEIO MORTOS.-----DE COIMBRA.

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

"O Meu Sonho Habitual ."

Belíssima postagem deste soneto, meus cumprimentos,
Efigênia

Ângela disse...

Olá Manuel!!! Adorei este poema.
Tem um poema da "Clarice Lispector" QUE DIZ:
Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades
para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz.
Beijos no coração.
Angela