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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Súplica.



Agora que o silêncio é um mar sem ondas,

E que nele posso navegar sem rumo,

Não respondas

Às urgentes perguntas

Que te fiz.

Deixa-me ser feliz

Assim,

Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.

Só soubemos sofrer, enquanto

O nosso amor

Durou.

Mas o tempo passou,

Há calmaria...

Não perturbes a paz que me foi dada.

Ouvir de novo a tua voz seria

Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga.

2 comentários:

r disse...

Torga, devolve-me à terra, mas deixa-me, às vezes, um sabor nostálgico. amargo. não o leio por isso.

Unknown disse...

Não merece o doce quem não experimentou o amargo .