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domingo, 5 de julho de 2009

Da Leitura


Não leias para refutar ou contradizer, para aceitar ou aquiescer, para perorar ou discursar, mas para ponderar e considerar. Certos livros devem ser provados; outros engolidos; uns poucos mastigados e digeridos. Quer dizer: devemos ler certos livros apenas parceladamente; outros incuriosamente, e uns poucos da primeira à última página, com diligência e atenção. Alguns livros podem mesmo ser lidos por terceiros, que nos farão deles um apanhado, mas isso somente no caso de assuntos desimportantes, e de livros medíocres, pois livros resumidos são como água destilada: insípidos.
O ler faz um homem completo, o conferir destro, o escrever exacto. Bem por isso, se alguém escreve pouco, deve ter boa memória; se confere pouco, muita sagacidade; se lê pouco, muita manha para afectar saber o que não sabe.

Francis Bacon, in "Ensaios Civis e Morais"

6 comentários:

angela disse...

E quanta coisa boa para se ler. E como é gostoso ler.
beijos

♥ ♥ Eu disse...

Ótimo texto, os livros devem ser lidos, saboreados e nos adicionar sempre algo de bom.

Parabéns pelo blog!

1 beijo!

PedrasTuas disse...

Ler...ler! Algo sobre o que ainda não tinha lido nada acerca de...por aqui...pelos blogues. Foi muito agradável.

À laia de conselho estou a ler o livro o Leitor...a leitura vai lenta ( as mudanças ainda não terminaram- falta a parte da desconstrução dos caixotes e ainda por cima decidi ler em Alemão...só para não esquecer)
Recomendo. O livro é sem dúvida melhor do que o filme... o melhor é não ter visto o filme...
Beijo grande. Obrigada pela visita.

lili laranjo disse...

Manuel
é o comentário de um amigo de verdade.

Mas a verdade é essa só se pode ensinar a amar...amando...


um beijinho

Anónimo disse...

Ler é tão fundamental para mim como beber água.
Bjs meu querido e uma ótima semana.

PedrasTuas disse...

Encontrei isto num arquivo de texto que tinha no pc...

Longe de serem escritores, fundadores de um lugar próprio, herdeiros dos lavradores de outros tempos mas no solo da linguagem, cavadores de poços e construtores de casas, os leitores são viajantes; andam pelas terras dos outros, nómadas caçando furtivamente através dos campos que não escreveram, arrebatando as riquezas do Egipto para as desfrutarem. A escrita acumula, armazena, resiste ao tempo estabelecendo um lugar e multiplica a sua produção através do expansionismo da reprodução. A leitura não é garantida contra o desgaste do tempo (esquecemo-nos e esquecemo-la), não conserva ou conserva mal o seu saber, e cada um dos lugares por onde passa é a repetição do paraíso perdido.»

Michel de Certeau


Do blog “ A cama de gato” Midas