
Ama-se um corpo como instrumento de amar, como forma de onanismo de que o trabalho é dele. Ou como êxtase de um terror paralítico. Ou como orientação ao impossível que não está lá. Com raiva desespero de quem já não pode mais e não sabe o quê. Como avidez insuportável não de o ter tido na mão, porque o podemos ter nela, sofregamente, boca seios o volume quente harmonioso da anca e tudo esmagar até à fúria, ter o que aí se procura e que é o que lá está, mas não o que está atrás disso e é justamente o que se procura e se não sabe o que é nem jamais poderemos atingir.
Vergílio Ferreira, in "Em Nome da Terra"
3 comentários:
Olá Manuel, ontem tive que fazer um descanso, esgoto-me no dia da cor! Não fiz visitas, não vim cá.
Já disse que gosto de Vergílio? Gosto muito, no entanto considero-o de uma grande complexidade, sempre fico agarrada às suas palavras. Assim superficialmente considero, que amar está muito além de amar um corpo, mas tudo passa também pelo corpo!
Beijinhos,
Manú
Concordo com a Manu...amor é tudo junto e misturado...beijo
O Vergílio Ferreira sabia bem do
que falava. Beijinhos e obrigada
pelas suas visitas aos meus blogues.
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