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quinta-feira, 17 de junho de 2010
Para a minha amiga Manú.
Carta...
Amor :
a manhã é uma densa juventude
e um caminho de esperança, recolhido.
Com brisas que antecedem os desejos
magoa as ténues águas dos nenúferes
onde os peixes gravitam suas cores.
As crianças brincam já a esta hora.
As suas vozes trocam de harmonia
e sobem, no meu peito iluminado.
O dia acorda o dia e, lentamente,
nos preparamos para envelhecer.
E assim, amor, eu mando-te notícias
sem vontade de ter outra morada
que não seja sorrir e estar contigo.
Passou, agora mesmo, ao rés da rua,
um esquife, vazio de pessoas,
queimando a dor em duas ou três rosas
- quase bonitas de tão pobrezinhas!
Além, um gato, expira nos esgotos
seu gesto melancólico de fome
e um homem - já cansado de ser homem,
encosta-se ao portão dum prédio novo.
É manhã. Um ar lavado e fresco
entorna-se nos rostos apressados
como se a dor não existisse mais.
Que sons, os da cidade, meu amor !
Vasco de Lima Couto
In " BOM DIA, MEU AMOR "
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5 comentários:
haaaaaaaaaaa eu também quero um (snif,snif,snif)
NÃO POSSO FICAR POR BAIXO!!!rsssss
Belíssimo poema! Amei.
Fike com Deus!
Uau! A Manú certamente irá amar, essa dedicatória.
Beijos de boa tarde, amigo
Olá Manuel,
Intercâmbio de poesia, através do Vasco de Lima Couto. Hoje lembrei-me dele e fui à estante procurar o livro, que tem por título «UM CANTO DE VIDA E MORTE», para minha surpresa estavam metidos os três postais que coloquei no blogue, sempre pensando em ti.
Beijinhos,
Manú
Cenas de um cotidiano nem sempre agradável, vislumbrando a vida a passar, inexoravelmente e o amor sempre valendo a pena. É isso?
A Manu merece.
Abraços!
Maravilha de poema e homenagem...foi pra nossa amiga Manu? Muito mais que merecida! Tu és um gentleman meu amigo!
beijos.
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