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quarta-feira, 22 de julho de 2009
À Espera do Amado
Disse-me baixinho:
— Meu amor, olha-me nos olhos.
Ralhei-lhe, duramente, e disse-lhe:
— Vai-te embora.
Mas ele não foi.
Chegou ao pé de mim e agarrou-me as mãos...
Eu disse-lhe:
— Deixa-me.
Mas ele não deixou.
Encostou a cara ao meu ouvido.
Afastei-me um pouco,
fiquei a olhá-lo e disse-lhe:
— Não tens vergonha? Nem se moveu.
Os seus lábios roçaram a minha face.
Estremeci e disse-lhe:
— Como te atreves?
Mas ele não se envergonhou.
Prendeu-me uma flor no cabelo.
Eu disse-lhe:
— É inútil.
Mas ele não fez caso.
Tirou-me a grinalda do pescoço
e abalou.
Continuo a chorar,
e pergunto ao meu coração:
Porque é que ele não volta?
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
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5 comentários:
As vezes não tem jeito...
beijos amigo
-A CASA DO CORAÇÃO
O CORAÇÃO TEM DOIS QUARTOS:
MORAM ALI, SEM SE VER,
NUM A DOR,NOUTRO O PRAZER.
QUANDO O PRAZER NO SEU QUARTO
ACORDA CHEIO DE ARDOR,
NO SEU ADORMECE A DOR...
CUIDADO,PRAZER!CAUTELA,
CANTA E RI MAIS DEVAGAR...
NÃO VÁ A DOR ACORDAR...
(F.RUCKERT)
Já deixei partir (para a Malásia) sem nada fazer aquele que provavelmente seria a pessoa que mais amei e com a qual mais me identificava...
Ainda esperei...pelo menos dois anos... o coração não reconhecia a distância geográfica e o contacto escrito manteve alguma ilusão...
mas como tão bem disse a sua comentadora Angela; às vezes não tem jeito...
Tão belo o seu post que não consegui ficar triste. Lembro que enquanto não havia distância tudo valeu a pena...
Um beijo amigo.
«e pergunto ao meu coração:
Porque é que ele não volta?»
Manel, caríssimo, essa é fácil! A grinalda era d'ouro.
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