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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Amor é fogo...




Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

8 comentários:

SILÊNCIO CULPADO disse...

Manuel

Sem dúvida um dos mais belos e emblemáticos poemas de amor bem recordado neste dia de Camões/Portugal.

Abraço

Anónimo disse...

MAS EU QUE FALO, HUMILDE, BAIXO E RUDO,
DE VÓS NEM CONHECIDO NEM SONHADO?
DA BOCA DOS PEQUENOS SEI,CONTUDO,
QUE O LOUVOR SAI ÀS VEZES ACABADO.
NEM ME FALTA NA VIDA HONESTO ESTUDO,
COM LONGA EXPERIÊNCIA MISTURADO,
NEM ENGENHO, QUE AQUI VEREIS PRESENTE,
COUSAS QUE JUNTAS SE ACHAM RARAMENTE...
-

Anónimo disse...

Oi Manuel!
Amo este poema!
Gosto muito de Camões tb. Li os Lusíadas pela primeira vez aos 10 anos e meu pai ficava me explicando História do mundo.
Acredita que eu fiquei emocionada com a lembrança.
Bjs amigo

Anónimo disse...

Obrigada,Manuel,por ter trazido,aqui,Camões. E deixado no
meu blog outro do Vate português q
todos nós amamos!
Beijo.
isa.

medeiros.paulo.zip.net disse...

Poema que já foi até musicalizado. É mesmo muito bom ler e reler esse poema. E de fato quando o amor nos bate a porta, é fogo meu amigo.
Belo blog.

Leonor Varela disse...

"A verdadeira amizade deixa marcas positivas que o tempo jamais poderá apagar."

um bom dia
Beijos

Unknown disse...

Arde mesmo amigo.
Desejo um bom Feriado e um Feliz fim de Semana que se aproxima.
Abraço
Manuela

r disse...

«Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer»

Blá, blá, blá...

O poeta, dito maior, cá para mim, tinha um grande e grave problema: Nunca amou, melhor, nunca lhe corresponderam às paixões...


Muito curiosa a interpretação que se segue, encontrada na internet, face à leitura que, na generalidade se reproduz:


"Ah! Camões, se vivesses hoje em dia, tomavas uns

antipiréticos, uns quantos analgésicos e Prozac para

depressão. Compravas um computador, consultavas a internet

e descobririas que essas dores que sentias, esses calores que te

abrasavam, essas mudanças de humor repentinas, esses

desatinos sem nexo, não eram feridas de amor, mas somente

falta de sexo!"

A grande musa foi, estou convicta, a depressão.


Preferível, indubitavelmente, pour moi, a Camões mais às fantasiosas ilhas de amores e à exaltação historiográfica da genialidade portuguesa:

Dezarrezoado amor, dentro em meu peito
tem guerra com a razão. Amor, que jaz
i já de muitos dias, manda e faz
tudo o que quer, a torto e a direito.


Não espera razões, tudo é despeito,
tudo soberba e força, faz, desfaz,
sem respeito nenhum, e quando em paz
cuidais que sois, então tudo é desfeito.


Doutra parte a razão tempos espia,
espia ocasiões de tarde em tarde,
que ajunta o tempo: em fim vem o seu dia.


Então não tem lugar certo onde aguarde
amor; trata traições, que não confia
nem dos seus. Que farei quando tudo arde?


Sá de Miranda