Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.
Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.
Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.
Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.
Cecília Meireles, in 'Poemas (1942-1959)'
3 comentários:
Oi Manuel!!!
Esta poesia tem nome e sobrenome...
Tem um selinho pra você no meu blog,“Prêmio Mouse de Ouro"
Até...
Abraço, amigo.
Ângela
Sempre tem algo que escapa na vida.
Beijos
Cecília é fantástica!
Essa poesia eu nunca tinha lido, mas é belíssima.
Gostei do seu blog!
Beijos!
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