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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Quase um Poema de Amor .




Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.

Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
— Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.

Miguel Torga, in 'Diário V'

2 comentários:

Anónimo disse...

-VOCÊ PODE TER DEFEITOS,
VIVER ANSIOSO E FICAR IRRITADO ALGUMAS VEZES,
MAS NÃO SE ESQUEÇA DE QUE A SUA VIDA É A MAIOR EMPRESA DO MUNDO.

E VOÇÊ É O ÚNICO QUE PODE EVITAR QUE ELA VÁ À FALÊNCIA.

BEIJINHO DE BOAS NOITES. --DE COIMBRA.

angela disse...

Este é um pudor que deveriamos não ter, este que cala o coração