Demorei-me muito tempo ao pé de ti.
As portas fechadas por dentro, como se encerrasses
o amor e a lei. Demorei-me demais. Ao fim da tarde,
nesse mesmo dia que já morreu,
olhámo-nos devagar, mas distraídos. Diria até que anoiteceu.
Nunca falámos do amor que chega tarde.
Nem o interpelámos (como se já não pudesse
ter nome). Fingia ter esquecido o teu corpo
nas muralhas. Nas areias.
Vês aqui alguma figura? Ninguém vê.
Repara no ponto preto que alastra na margem do quadro,
nas minhas lágrimas desse tempo.
Relê.
Luis Filipe Castro Mendes, in "Modos de Música"
4 comentários:
Manuel
Deixo poesia...
um pouco de mimmm...apenas.
++++
Grão de areia
Grão de areia…
É nada…
Perdido na areia…
Areia imensa…
Areia sem fim…
Imensa e muita…
….
O grão…
Pequenino…
Não é mesmo nada…
Mas…
…
Se o grão…
E outro grão…
Resolvem unir-se…
Um…dois…três …
E todos juntos…
Aí…conseguimos ver…
Que o grão…
Afinal é mesmo grão…
Lili LaranjoLivro...(Salpicos de cá e de lá )
Hoje passo aqui mesmo rápido estou muito cansada me perdoe.
"Para falar ao vento bastam palavras. Para falar ao coração, é preciso obras.
um beijo
Que coleção de poemas lindos que você tem.
abraços
Angela
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