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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Confissão .



Vivo um drama interior.
Já nele pouco a pouco me consumo.
E de tanto te buscar,
Mas sem nunca te encontrar,
Sou como um barco sem leme,
Que perdesse o rumo,
No alto mar.

Da minha vida, assim,
O que vai ser nem sei!
Dias alegres houvesse...
E os dias são para mim
Rosas mortas de um jardim
Que um vendaval desfizesse.

Tenho horas bem amargas.
Eu o confesso,
Eu o digo.
E se tudo passa e esqueço,
Esquecer o teu perfil
É coisa que eu não consigo.

Sofro por ti. O frio do que morre
Amortalha a minha alma em saudade.
Atrás de uma ilusão a minha vida corre,
Como se fora atrás de uma verdade.

A Deus peço, por fim, o meu sossego antigo.
Não me persiga mais o teu busto delgado.
Passo os dias e as noites a sonhar contigo,
Na cruz da tua ausência estou crucificado.

A tua falta sinto. Não o oculto.
Ocultá-lo seria uma mentira.
Vejo por toda a parte a sombra do teu vulto,
Teu nome é para mim um mundo que me inspira.

E em hora derradeira,
Um dia, quando
A Morte vier,
E aos meus olhos chegar,
Eu não terei sequer, à minha beira,
Uns dedos finos de mulher
Que mos possam fechar.

Alfredo Brochado, in "Bosque Sagrado"

5 comentários:

r disse...

«Vivo um drama interior.
Já nele pouco a pouco me consumo.
E de tanto te buscar,
Mas sem nunca te encontrar,
Sou como um barco sem leme,»

Manuel Marques, caríssimo Hermes poético,

compre um GPS, bolas.
ou... barquito a motor com sistema informáticoo e tal, sim!?...

Unknown disse...

Gps,radar,sonar trisponder, eu sei lá a quantidade de aparelhómetros que já utilizei,Barquitos!
Gosto mais de fragatas,distróias,contra-torpedeiros,draga-minas,porta-aviões e outros afins.
Já agora vou de submarino.

Jinhos grandes.

r disse...

a sério!!?...
e... «sem nunca (...) encontrar»?

Meu Deus!
fico sem saber muito bem, como ajudar... sei lá... olhe, deixe os barquitos
opte pelo Golf GT-não-sei-o-quê e um bom restaurante
ihihihihihih

Man'el é sexta, a malta 'tá cansada do trabalho e tal

«Poste», «poste»!...
Poesia!, Manuel Marques, poesia!, este "mundo 'tá cheinho de metafísica bastante..."

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
angela disse...

Triste poema, cheio de solidão.
beijo