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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ternura .




Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal"

7 comentários:

Anónimo disse...

Lindíssimo poema de David M.Ferreira.
Sabes,o médico era uma pessoa séria,
devemos-lhe uns anos de vida da nossa
Mãe,mas eu ñ gostava.Sou muito marota.E tento dar a volta a certas
situações.
Beijo.
isa.

AFRICA EM POESIA disse...

Manuel
No aconchego dos meus poemas sinto...
a tua amizade.
beijos

angela disse...

Manuel
Um enfoque diferente e me parece mais realista sobre a ternura e o quadro é mara vilhoso.
beijos

Ângela disse...

Oi Manuel!!!
Lindo este poema...
Bem rimado, sem palavras muito complicadas, gostoso de ler e fácil de entender.
Beijinhos.
Ângela

Belle disse...

"Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós! "

Para que guardar tão louco e intenso sentimento, não é!!!???
A vida é isso mesmo, p/ ser sentida!
Bjos Manuel..
Gostei mto da escolha!

Anónimo disse...

Bela escolha meu querido!
bjs.

Graça Pereira disse...

David M.Ferreira, era também um homem ternurento pela vida, pelas pessoas... só assim se explica da vivência do quotidiano, tanta beleza, tanto encanto!
Um beijo
Graça